Conforme o tempo passa vamos gradativamente conhecendo melhor as manifestações da infecção pelo COVID-19, também chamado de vírus SARS-Cov-2. Inicialmente apenas os sintomas gripais como febre, tosse, dor de cabeça, garganta, coriza (aumento da secreção nasal), fraqueza, diminuição do olfato e do paladar e em casos mais graves falta de ar receberam atenção. Hoje, uma gama considerável de publicações científicas descreve as manifestações da infecção na pele, dentre elas temos: exantema, também chamado de rash, urticária, livedo reticular, eritema pérnio e púrpura.
O exantema se caracteriza por várias manchas vermelhas, às vezes um tanto inchadas, que podem ser acompanhadas de coceira e eventualmente pequeninas bolhas de água lembrando a varicela (figura). Outra manifestação é a urticária, que também se apresenta como várias manchas vermelhas, inchadas e que coçam (figura). Todavia, as lesões da urticária são tipicamente mais inchadas e mudam rapidamente de lugar, não durando mais que 24 horas no mesmo local. O exantema e a urticária costumam desaparecer dentro de uma semana sem deixar marcas na pele.
Exantema Urticária
Outras manifestações descritas foram o livedo reticular, que é visto como anéis vermelho-arroxeados que lembram o trançado de uma rede (figura); apresentação semelhante ao eritema pérnio, na qual surgem bolinhas vermelhas e vermelho-arroxeadas nos dedos (figura) e púrpura, que aparece como hemorragias pequenas a grandes na pele (figura). Essas alterações também são transitórias.
Livedo reticular Eritema pérnio Púrpura
É importante destacar que as manifestações descritas não fecham o diagnóstico de COVID-19, na verdade todas elas podem ser desencadeadas por outros fatores. O exantema e a urticária por exemplo, podem ser desencadeados por vários outros agentes infecciosos ou ser decorrente de outros processos, como uma alergia medicamentosa por exemplo. A definição da origem dessas lesões será avaliada caso a caso pelo médico assistente que, de acordo com o raciocínio clínico formulado, poderá pedir exames para confirmar o agente desencadeante.
Autor: Dr Luis Eduardo A. M. Martins
Referências e leitura complementar:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/